segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O DOBRO OU NADA - LAY THE FAVORITE


NOTA: 3.
- Era pra você me trazer sorte.

O diretor Stephen Frears parece ter perdido um pouco a mão depois de ser indicado (pela segunda vez) ao Oscar pelo filme A rainha, com Helen Mirren. Depois disso, não vinha fazendo nada que pudesse despertar o interesse, mas este filme realmente destoa de todo o resto. Simplesmente ele entrega uma comédia que não tem graça alguma e que se mostra um tremendo desperdício de um elenco talentoso.
Baseada em uma fatos da vida de Beth, que escreveu este livro que foi adaptado pelo mesmo roteirista de Alta fidelidade (também dirigido por Stephen Frears), acompanhamos a história dessa ingênua garota que trabalhava fazendo danças particulares e que quer dar um novo rumo pra sua vida. Seu plano é se mudar para Las Vegas e conseguir um emprego como garçonete em um cassino. Claro que o plano não funciona como ela imaginou (quando é que funciona?) e ela acaba indo trabalhar numa agência de apostas.
Aí temos tudo que um filme (acha que) deve ter. Romance e tudo o mais. O problema é que nada realmente funciona. Seja a comédia que não faz rir, os bastidores da agência de apostas ou mesmo o tal romance. E até mesmo atores que costumam fazer ótimos trabalhos como Rebecca Hall (excelente em Atração perigosa), não conseguem convencer ou agradar como deveriam.
Completando o elenco, temos Bruce Willis como seu chefe, que se veste sempre com bermudas e camisas meio que ridículas quase arrancam uma risada. Catherine Zeta-Jones interpreta sua mulher altamente materialista e extremamente ciumenta; Vince Vaughn faz uma pequena participação como um rival de Willis e mostra o desperdício de um ator engraçado. Para completar o elenco, Joshua Jackson, único que parece adequado no filme, interpreta o bom moço que pode dar uma nova vida para Beth.
Eu não entendo praticamente nada sobre apostas, e o filme não oferece nenhuma explicação que me faça entender mais do que o pouco que eu já sabia. Parece feito por pessoas acostumadas com apostas e para pessoas que costumam apostar. Os diálogos são construídos em cima de jargões e em vários momentos do filme fica complicado de acompanhar exatamente o que eles estão fazendo ou falando.
Beth rapidamente começa a ficar fluente nos jargões e em fazer dinheiro. Se apaixona pelo chefe que é obrigado pela esposa a mandá-la embora. Ela se muda para Nova York com o bom sujeito (Jackson) para fazer uma vida nova e acaba fazendo apostas ilegais. Em algum momento os federais parecem se envolver no esquema, mas o problema é que tudo parece melhor e mais interessante enquanto escrevo do que realmente é no filme. 
O final envolve uma aposta que pode resolver os problemas. O que é óbvio demais para ser deixado de fora. Afinal, tudo acontece de maneira tão óbvia que podemos antever com muitos minutos de antecedência. E  na realidade, nenhum dos atores consegue se salvar em meio a personagens mal desenhados e diálogos que não merecem atenção. Desculpem o trocadilho, mas por ser um filme sobre apostas, o próprio filme poderia ter feito uma aposta mais alta e tentado alguma coisa diferente. Qualquer coisa diferente já seria um começo.

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