segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A HORA MAIS ESCURA - ZERO DARK THIRTY


NOTA: 7.
- Bin Laden está lá dentro, e vocês vão matá-lo para mim.

Depois de muitos anos do ataque contra as Torres Gêmeas, o terrorista responsável pelo atentado, Osama Bin Laden, finalmente foi encontrado e assassinado pelo governo americano. Isso é um fato conhecido por todo mundo, mas ainda assim o filme tenta ser um suspense como se ninguém soubesse o resultado final. Assim como acompanhamos longas cenas de tortura e logo depois acompanhamos um discurso de Obama dizendo que não há torturas por parte dos americanos.
O filme é estrelado por uma das atrizes do momento, Jessica Chastain na pele de Maya, uma espécie de predadora que geralmente consegue o quer. É dela que parte a ideia que talvez Bin Laden não esteja escondido em uma caverna, mas sim num lugar mais acessível onde jamais imaginariam. Ela passa o filme todo com um olhar que não diz muita coisa. Seja quando seu diálogo parece irritado, seu rosto mostra as mesmas expressões que ela apresenta quando está calma. Chastain é versátil, muito talentosa e faz um ótimo trabalho, mas talvez pudesse haver mais a se ver aqui.
A caçada não é rápida, seja por tempo (mais de uma década), ou pela duração do filme. O que acompanhamos por cerca de duas horas ou mais, é um grupo de pessoas atrás de computadores e muito raramente em algum trabalho de campo. Todos os americanos consideram óbvio que Bin Laden não pode estar escondido à vista de todos, e Maya sozinha acredita que essa é a beleza de seu plano. Mas todo o filme é apenas para mostrar o quanto custa, moralmente, uma vingança.
Claro que é difícil para mim julgar o que custou moralmente para eles. Ao assistir as cenas de tortura, fica a minha impressão do que considero moralmente errado. De onde eles ultrapassaram a linha do certo e errado e a vingança deixou de ser justificada para ser apenas tortura onde qualquer coisa é permitida desde que o resultado final seja atingindo. Fico ainda pensando nas duras críticas que o ciclista Lance Armstrong tem recebido por ter usado doping hoje em dia, e quão hipócrita se pode ser se compararmos as situações. Não é o resultado final que importa?
Não está perto de ser um filme tão bom quanto o filme anterior da diretora Kathryn Bigelow (Guerra ao terror), mas ainda assim é um filme interessante com um um roteiro que foge das minhas expectativas. No final, temos uma interessante cena de ação que o filme constrói ao longo de sua duração. Talvez pudesse haver um contraponto onde pudéssemos acompanhar algo do outro lado, que gera uma curiosidade no meu ponto de vista, mas não é assim que as coisas funcionam.
O que realmente acontece no final, é o que parece despertar o fascínio de quem está disposto a assistir o filme. Desvendar como realmente aconteceu a operação que executou o terrorista, mas apesar de até vermos seu rosto ensanguentado por alguns momentos, a verdade é que a ação é quase toda num escuro brutal e fica pouco clara de se ver. E o filme se resume a isso. E sequer temos personagens bens construídos com objetivos que realmente conhecemos. É bom filme, mas não passa disso.

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