quinta-feira, 26 de abril de 2012

ARTHUR - O MILIONÁRIO IRRESISTÍVEL


NOTA: 7,5.
- A gente não deve se casar. Não temos nada em comum. Você ama cavalos, eu não confio neles. O sapato deles é permanente. Quem tem um compromisso desse com um sapato?

Esta é a refilmagem de um filme de mesmo nome lançado logo no início dos anos 1980. A grande força dele, vinha de Dudley Moore no papel principal e de John Gielgud como seu mordomo Hobson. Esta refilmagem, bem fiel à original, tem Russel Brand e Helen Mirren nos papéis principais. Não se trata de uma troca à altura, mas devemos dizer que pelo menos foi uma grande tentativa. 
Em especial não é uma troca justa por causa de Brand. Dudley era simplesmente amável em todos os filmes que fazia. Brand não é, mas merece muitos pontos por tentar. Já a Hobson de Mirren não fica para trás em relação ao de Gielgud, eles são apenas diferentes. Gielgud tinha um jeito reservado, enquanto Mirren, apesar de severa, traz uma amabilidade para a relação dos dois.
Ele interpreta o personagem título, um milionário alcoólatra que parece querer festejar todos os dias com todo mundo sem se importar em pagar a conta no final. Sem nenhuma responsabilidade, sua mãe faz um trato com ele para casá-lo com Susan (Jennifer Garner), uma mulher rica que quer cuidar dos negócios da família de Arthur. Se ele não casar, perderá sua herança. O problema é que ele acaba se apaixonando por Naomi (Greta Gerwig).
As duas mulheres são extremamente diferentes. Susan é rica mas não é totalmente bem recebida pela alta sociedade. Isso porque seu pai fez sua riqueza do nada através do ramo de construções. Ela acha que o casamento mudará a forma que as pessoas a veem. Naomi não podia se importar menos com isso. Ela não quer o dinheiro ou a posição, se esforça bastante para perdoar os deslizes de Arthur (uma espécie de Charlie Sheen das telas) enquanto tenta sustentar a casa como uma guia turístico não licenciada. 
Brand e Gerwig formam um par interessante, mas acho que isso deva ser mais por ela do que qualquer outra coisa. Quem a viu anteriormente (Greenberg), pode perceber que ela parece ser capaz de ser  um amável casal com qualquer um. Brand recebe créditos por não tentar imitar Dudley e por nunca exagerar na sua interpretação. E ainda surpreende por mostrar ser capaz de fazer uma atuação com sutilezas quando necessário, engrandecendo o filme um pouco.
O resultado final é bem satisfatório. Não é um filme tão engraçado quanto o original, mas tem sua graça em muitos momentos ainda que não arranque gargalhadas. A seu favor, tem diálogos bem escritos, alguns com uma malícia deliciosa e que fluem bem durante todo o filme. Ainda que não seja uma grande comédia, merece os parabéns por fazer rir sem apelar para escatologia e palavrões e pelo esforço de Brand.

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