sexta-feira, 14 de outubro de 2011

NÃO TENHA MEDO DO ESCURO - DON'T BE AFRAID OF THE DARK


NOTA: 8,5.
- Nós só queremos ser seus amigos, Sally.

Frequentemente, filmes de terror usam casas mal assombradas, crianças ou o escuro para assustar as plateias. Por isso, esse filme não chega a ter nenhuma novidade. Uma certa novidade é o uso dos três fatores ao mesmo tempo. Mesmo que a casa do filme não fosse assombrada, ela deveria ser. Não que não seja uma casa bonita. Ela é lindíssima, mas também não é o tipo de casa que eu gostaria de morar depois de assistir a tantos filmes de terror.
É para este tipo de casa que um pai leva sua filha de 10 anos de idade. Olhem o cartaz acima e vejam que são os pés da criança que estão prestes a descer os degraus. Talvez um adulto descendo pudesse criar um efeito parecido, mas não seria a mesma coisa. Crianças são mais frágeis e criam uma empatia instantânea com elas. Todos temem pelo bem-estar delas. Por isso, nada pior que ver uma criança descendo no escuro rumo ao desconhecido.
Claro que para funcionar, a atriz deve ser muito bem escolhida. Como foi escolhida aqui. A jovem Bailee Madison faz de Sally uma menina introspectiva e inteligente, uma escolha extremamente eficiente. Seu pai é interpretado por Guy Pearce, um homem que ama sua filha de uma maneira um tanto distante. A namorada dele é interpretada por Katie Holmes, e consegue se aproximar mais da menina por parecer entendê-la melhor. Para completar, só falta o personagem que sabe de tudo que está acontecendo mas permanece em silêncio, que é Harris (Jack Thompson). Ele é quem dará as dicas para que se descubra o que está acontecendo de verdade. Não é necessário para o entendimento do filme, mas muita gente na plateia poderia reclamar se não houvesse uma explicação.
Adaptando um filme para a TV dos anos 1970, o produtor Guillermo del Toro deixa a direção a cargo nas mãos do estreante da direção de longas Troy Nixey. Para a estreia do diretor, a atmosfera do filme impressiona pelo ótimo controle que ele apresenta.
O início do filme mostra o que aconteceu com os moradores da casa antes de eles se mudarem. E mesmo depois nós vemos o que acontece com a menina, mas nenhum dos adultos vê coisa alguma. Por isso, é fácil culpar a criatividade da menina ao invés de realmente acreditar nela. Quem acreditaria no final das contas? Principalmente não o pai que investiu todo o seu dinheiro para reformar o lugar.
E entra ainda um outro elemento para dar o toque especial em um filme de terror: o porão. Aqui no Brasil, não é comum as pessoas terem porão ou sótão, mas é impressionante como eles funcionam bem para fazer um filme de terror. Uma pena que a causa de tanto pânico apareça rapidamente e muito claramente, diluindo um pouco do terror que poderiam causar se não pudéssemos vê-las. Terror substituído por CGI, infelizmente.
Apesar disso, o filme funciona muito bem como um filme de terror. É cada vez mais difícil de encontrar filmes que possam atingir esse potencial de realmente causar medo na plateia, e este consegue. Pode não ser memorável, mas com certeza é muito eficiente.

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