segunda-feira, 10 de outubro de 2011

HITCHCOCK TRUFFAUT 23: REBECCA, A MULHER INESQUECÍVEL (1940)

Para ler o que já saiu de Hitchcock Truffaut, clique aqui.


NOTA: 8.
- Felicidade é um assunto do qual eu não sei nada.

Finalmente Hitchcock chega a Hollywood para filmar Titanic com a produção do lendário produtor David O. Selznick (que no ano anterior havia produzido ...E o vento levou). Depois de uma despedida um pouco melancólica da sua fase inglesa, o diretor volta com força total para receber sua primeira indicação ao Oscar e tendo sob a sua batuta o grande Laurence Olivier. Dois ingleses que só trabalharam juntos em Hollywood.
Trata-se de um belo filme e uma produção primorosa, mas "não é um filme de Hitchcock". Mesmo para a época em que foi feito, a história do filme é bem antiquada e sem senso de humor. Ele diz que não se sentiu com seu primeiro filme nos EUA, porque apesar de tudo ainda se tratava de um filme inglês, já que a história, os atores e o diretor do filme são todos da Inglaterra. Ainda assim somente os americanos venceram Oscar por este filme (Melhor filme e fotografia). A boa notícia é que mesmo indo para a terra do Tio Sam, o diretor muda muito pouco no seu estilo de direção. Esse filme, apesar de mudar a essência do que o diretor costumava apresentar, é um filme muito similar a anteriores dele como A dama oculta ou Os 39 degraus.
A história é sobre uma moça sem nome (Joan Fontaine) que está acompanhando uma senhora rica em uma viagem. Durante essa viagem, ela conhece o rico Maxim de Winter (Laurence Olivier). Depois de um mal começo, os dois se aproximam até que Maxim a pede em casamento. Os dois vão para a misteriosa mansão dele em Manderley onde a moça terá grandes problemas em se adaptar a uma vida de luxo e riqueza. 
Dois fatos fazem com que a moça tenha dificuldade em se adaptar à sua nova: a constante "presença" da falecida primeira de Winter, a quem todos parecem ter grande admiração; e a estranha governanta da casa que parece saída de um filme de terror. Ela nunca parece andando, parece simplesmente surgir no lugar de uma hora para outra.
Apesar da grande qualidade técnica que o filme alcança, superior a todos da sua fase inglesa, o filme não chega realmente a empolgar. É muito antiquado em mostrar constantemente uma mulher que se deixa ser humilhada pelas contantes mudanças de humor do marido porque o ama tanto. Apesar de ainda chamar muita atenção, já que é realmente uma obra bela com produção caprichadíssima e ótima fotografia em preto e branco, não se trata de um dos grandes filmes do diretor. O que é bom observar, é que apesar de não ser uma das melhores obras do diretor, percebe-se que ele agora tem todos os meios técnicos para fazer seus filmes. 

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