segunda-feira, 20 de junho de 2011

HITCHCOCK TRUFFAUT 06: A MULHER DO FAZENDEIRO - THE FARMER'S WIFE (1928)

Para ler o que já saiu de Hitchcock Truffaut, clique aqui.


NOTA: 5,5.
- Todo o poder do sexo feminino me sufocou. Elas tiraram o meu amor-próprio.

Mais uma adaptação de uma peça que o próprio diretor confessa ter sido demasiadamente apresentada e reapresentada nos palcos londrinos. Tanto é que não considera um bom filme e que a única dificuldade que teve foi evitar o grande uso de cartelas no filme. Apesar disso, Truffaut declara que foi este filme que o fez se decidir por fazer cinema.
O filme mostra o viúvo fazendeiro Sweetland que está casando sua filha. Com a saída dela da casa, o homem começa a sentir sozinho e acredita que pode ser a hora de pensar novamente em se casar. Com a ajuda de sua empregada, Araminta, ele chega a uma lista de mulheres que habitam por lá que podem ser bons partidos para o casamento. Uma lista de quatro mulheres que ele acredita possuir as melhores qualidades para ser sua futura esposa.
Então, uma a uma ele vai visitando e perguntando se querem casar-se com ele. E uma a uma o fazendeiro vai sendo rejeitado pelas mulheres. Uma diz que é independente demais, outra diz que está procurando alguém mais novo e por aí vai. Pouco a pouco elas vão tirando o pouco da dignidade que resta ao pobre homem, que não é tão pobre assim, já que se sujeita a perguntar para mulheres com quem tem pouco convívio se querem se casar com ele. Talvez ele não devesse ser tão desesperado assim.
Para piorar a situação dele, todas as mulheres da lista são feias, até que percebe que ao seu lado sempre esteve uma mulher bonita e que sempre cuidou e se importou com ele, a emprega Araminta. Dessa vez, ela aceita seu pedido e acaba com o sofrimento dele.
A peça era uma comédia e o filme tenta ser a mesma coisa, mas o fato é que ele envelheceu bastante e o humor é quase inexistente no filme hoje em dia. Tanto é, que as melhores cenas do filme são cenas que não existem na peça, com algumas boas gags e muita dinâmica. Pena que o mesmo não acontece durante todo o filme.
Truffaut observa bem uma tendência do diretor de filmar a ação, coisa que aperfeiçoaria quando se concentrasse nos filmes de suspense. Segundo ele diz, se o filme fosse em um palco, a câmera não estaria no lugar da platéia, mas sim dos bastidores. No centro da ação onde tudo acontece, mesmo em uma história que não tem muita ação.
Mais interessante, é que Hitchcock confessa que seu diretor de fotografia adoeceu e ele mesmo teve que se encarregar da fotografia do filme. Muito inseguro, ele mandava revelar o filme logo após a cena ter sido filmada para ter certeza que o resultado estava bom. Talvez isso que tenha contribuído para não ser um grande filme do diretor, essa preocupação extra. Talvez por isso que posteriormente ele tenha sempre se preocupado em se cercar de ótimos fotógrafos.

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