segunda-feira, 6 de junho de 2011

HITCHCOCK TRUFFAUT 04: MULHER PÚBLICA (1927)

Para ler o que já saiu de Hitchcock Truffaut, clique aqui.


NOTA: 6.
- Não restou nada para matar.

Mais uma adaptação de uma peça e também um tipo de filme que hoje quase não é feito mais, mas que era muito comum na época muda: um romance melodramático com luta de classes sociais. Por isso não é de se admirar que o diretor acabasse por realizar projetos desse tipo. Os próprios diretores não perdem muito tempo no livro para comentar sobre esse filme.
O filme conta uma história de uma mulher, Larita, presa a um casamento sem amor com  um alcoólatra que a acusa erroneamente de ter um caso com um jovem artista que pinta um quadro da moça. O julgamento é publicado em diversos jornais, dando notoriedade à mulher. A situação piora com o divórcio e depois com o suicídio do jovem artista, que deixa toda a sua herança para Larita. Os jornais trabalham dobrado com o escândalo e a mulher ganha rapidamente a alcunha pejorativa de "easy virtue" (uma mulher de vida fácil).
Larita tenta se refugiar no sul da França para escapar de toda essa fofoca onde acaba por conhecer John, jovem de uma tradicional família que nada conhece do seu passado. Os dois se casam e Larita se muda para a casa do marido onde sofre dos destratos da sogra quando estão a sós mas que somente lhe dá sorrisos falsos na frente das outras pessoas. Quando a sogra finalmente descobre o passado da mulher, obriga o filho se divorciar. O divórcio acaba com a vida da mulher que desiste de reconstruir sua vida.
Pouca coisa notável, exceto por um excelente e muito inventivo trabalho de câmera. O próprio diretor destaca uma cena que considera como a melhor do filme, e eu concordo com ele. John pede à Larita para se casarem, e ao invés de responder prontamente, ela lhe diz que responderá por telefone à meia-noite. A cena seguinte mostra um detalhe de um relógio de pulso onde vemos que já é meia-noite, o relógio é da telefonista que está lendo um livro e transfere a chamada, ao invés de voltar à leitura, fica ouvindo a conversa empolgada. "Nunca mostrei o homem e a mulher, mas compreendia-se o que se passava pelas reações da telefonista." (da resposta do próprio Hitchcock).
Assim como também há o que o diretor considera como a pior cartela que já escreveu. Já que o diretor elegeu, decidi por colocar como a citação que abre esta resenha: "Shoot, there's nothing left to kill." Até os gênios tem direito a errar.
Ainda longe de ser um dos filmes que fizeram o diretor a referência que ele é.

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