segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ROBIN HOOD – O PRÍNCIPE DOS LADRÕES


NOTA: 5.
- Ninguém controla o meu destino.

Este é mais um daqueles filmes que assistia quando criança e que agora me decepcionam. Robin Hood é, talvez, a lenda britânica mais famosa que carece de uma boa adaptação atual. Aqui não deu muito certo, com a nova versão interpretada por Russel Crowe também não. Quem sabe um dia no futuro?
O meu maior problema, é que é um filme feito para adolescentes e que erra o seu alvo miseravelmente. O filme começa com um homem tendo sua mão cortada e Robin quase perdendo a dele. Tudo isso numa masmorra feia, suja e escura. Assim como a maior parte do filme não se aproveita das vastas florestas, preferindo ficar em outros lugares sombrios.
O resto do filme não melhora muito, são muitas mortes, mutilações e até mesmo uma grande batalha. Todos os ingredientes que filmes violentos tem. Perto do clímax, temos até mesmo uma criança sendo enforcada por um carrasco. Filme para adolescentes?
E não é apenas a violência. Ela não é tão explícita quanto nos filmes atuais. Nada de sangue jorrando ou pedaços de corpos voando para a câmera, mas a insinuação de violência misturada com personagens sem moral alguma. A igreja nunca foi tão mal interpretada. Longe de querer defender, mas acho que deva ter um limite a ser traçado aqui. Os padres são gananciosos, corruptos e bêbados. No final do filme, o padre casa Marian com Nottinghan mesmo sem o consentimento dela. Já Nottinghan consulta uma bruxa que lê a sorte em cuspe, ossos e sangue de animais. Mesmo Robin não aparece como um verdadeiro herói e mais com um ladrão comum.
O filme nunca acerta em qual tom ele pretende ficar. Não sabe se quer ser cômico, de aventura ou seja lá o que for. Assim como Costner, que interpreta da mesma maneira. Ele é meio amargurado em alguns momentos, em outros tenta ser cômico. Sem sucesso. Ele sequer é carismático o suficiente para liderar aquele povo. E nem vou comentar a falta de sotaque britânico, que deveria ser obrigatório para o personagem. O romance entre ele e Marian é tão insípido que chega a dar pena. É como se eles conhecessem a lenda e soubessem que deveriam se apaixonar. Se não, nada aconteceria entre eles.
A própria Marian fica perdida. Seu personagem começa com uma mulher independente que chega até mesmo a lutar de espada pelo que quer, mas depois seu personagem cai nos clichês de dama indefesa. Se ainda fosse o contrário, poderia-se aceitar, mas o inverso é triste. Um personagem que termina o filme pior do que quando começou?
Alan Rickman interpreta um personagem muito interessante. Um vilão de primeira linha, pena que não tenha nada a ver com o filme. Em determinado momento, ele tenta estuprar Marian. Na frente do Padre. O único que combina o personagem com o tom do filme, é Morgan Freeman. Perfeito como sempre. Ele é o que se salva neste filme. 
Quando Frei Tuck é o personagem mais religioso no filme, e o herói não é o mais interessante, vemos que há algo errado. Arthur e Robin, melhor sorte pra vocês nas próximas adaptações. Estão precisando.

Um comentário:

  1. Muito bom !! Utilizei mais como uma conclusão hehe . Concordo com você pois o filme 'erra' em varias partes...
    Me ajudou bastante no trabalho, mas tive que pesquisar algo mais, precisava de uma resenha que abordasse:
    A forma como a questão da honra para um nobre.
    A figura do muçulmano.
    O choque cultural entre cristãos europeus e muçulmanos.
    Os conhecimentos vindo dos árabes.
    A aparência física dos árabes.

    Mas muito obrigado, ajudou bastante essa 'resenha' (me parece mais uma 'opinião' ) :)

    Muito obrigado.

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