terça-feira, 26 de outubro de 2010

TORA! TORA! TORA!


NOTA: 2.
"Você queria a confirmação do ataque? Olhe pela janela. Aí está sua confirmação." Tenente Kaminsky

Este filme, do ano de 1970, é o predecessor dos atuais blockbusters que inundam nossas salas de cinema.  Filmes que custam uma fortuna e mal conseguem nos entreter por umas poucas duas horas. Caberia a Spielberg e Lucas ensinar como se faz um blockbuster posteriormente na mesma década.
Assim como o também desastroso Pearl Harbor, de Michael Bay, acompanhamos o famoso ataque dos japoneses que levaram os americanos a entrarem na Segunda Guerra Mundial. E depois das quase duas horas e vinte de filme, temos certeza que esse ataque deve ser deixado em paz no cinema. Se o ataque é desastroso pelo jeito como se deu, os filmes são desastres cinematográficos.
Diz-se que a parte japonesa ia ser dirigida por Akira Kurosawa, que foi convencido ao saber que David Lean seria responsável pela parte americana. Acontece que Lean nunca esteve envolvido com a produção e quando Kurosawa soube que o diretor seria na verdade Richard Fleischer, tratou de se demitir do filme. Felizmente para ele, infelizmente para nós.
Não que a parte japonesa seja ruim. Na verdade, ter uma parte filmada por japoneses e outra por americanos é o que salva o filme do fracasso completo. As cenas nipônicas são muito melhores que o resto do filme. Temos uma certa tensão no ar e personagens que levam o filme adiante. 
Já a parte dirigida por Fleischer é tão desprovida de interesse que contrasta com o resto do filme. São dezenas de personagens secundários que não contam com um único personagem principal que possa levar a história adiante. De fato, nada leva a história adiante. Nem sequer nos importamos se alguém vai escapar vivo daquele ataque.
Isso deixa o filme sem emoção alguma. Sem qualquer surpresa. Se ainda tivesse algum personagem importante, poderíamos torcer para que ele escapasse do ataque, ou que pelo menos derrotasse muitos inimigos. Como já sabemos que o ataque vai acontecer, não há surpresa alguma.
Há uma surpresa que é relacionada com a produção do filme. É saber como esse filme custou U$ 25 milhões (uma fortuna na época) se praticamente todo ele se passa dentro de escritórios? Esse é um dos piores defeitos do filme. É um blockbuster sem ação alguma. Uma história enorme (na realidade, não no filme), um dos maiores ataques em solo americano e tudo que vemos são papéis indo de um lado para o outro.
Pior de tudo é que o filme é uma grande preparação para uma batalha. Duas horas de preparação para uma batalha que vai durar cerca de 15 minutos, e quando achamos que finalmente vamos ser agraciados com cenas de ação espetaculares ficamos muito decepcionados. As cenas não são nada impressionantes nem agora e duvido que tenham sido na época, já que o filme nem se pagou na bilheteria. Uma produção que já deveria estar esquecida. Principalmente num ano que outros dois bons filmes falavam de guerra: M*A*S*H*  e Patton.

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