quarta-feira, 7 de abril de 2010

ENTRE IRMÃOS (BROTHERS)


NOTA: 7,5.
"Eu não sei quem disse que somente os mortos conhecem o fim da guerra. Eu conheci o fim da guerra. A pergunta agora é como eu sigo vivendo." Sam Cahill

Ao longo de sua carreira, o diretor Jim Sheridan se especializou em contar histórias sobre família. Foi assim em Meu pé esquerdo e Em nome do pai. Aqui o resultado parece apenas requentado. Não que seja ruim, apenas você tem certeza que já teve outras experiências melhores. Aqui ele mistura drama de guerra com um drama familiar, mas sem arranhar muito as questões que envolvem a guerra ou mesmos as pessoas que lutam nelas.
Logo de cara vemos a diferença entre os dois irmão do título. Sam Cahill (Tobey Maguire) é um militar líder de um pelotão que faz turnos no Afeganistão. Casado com a namorada de colégio (Natalie Portman) com quem tem duas filhas pequenas. Perto de voltar para a guerra, ele vai na cadeia para buscar seu irmão, Tommy (Jake Gyllenhaal), a ovelha negra da família que está saindo da cadeia.
Tão logo quanto chega no Afeganistão, o helicóptero de Sam é abatido e rapidamente o exército avisa sua esposa da morte dele. Claro que descobrimos que ele não está realmente morto, foi apenas capturado e o filme se divide entre as torturas que ele sofre e a adaptação da família a nova condição. Com a "morte" do irmão, Tommy se aproxima e se transforma em tudo que seu irmão era. Responsável e tudo mais.
O drama se complica com sua volta pra casa. Apesar de todo amor e carinho que recebe, Sam está diferente. Na verdade, está indiferente. Como se ele não fosse mais parte daquele mundo. E piora mais ainda quando ele nutre uma paranóia e tem certeza que sua mulher e irmão dormiram juntos. Ele não quer ficar naquela casa, ele quer voltar para a guerra. Os jantares em família onde o pai (Sam Shepard) demonstra toda adoração por ele e desprezo por Tommy não ajudam.
Maguire e Gyllenhaal parecem escolhas pouco prováveis para serem irmãos, mas em tela até que a dupla funciona suficientemente bem. O problema é que Gyllenhaal não funciona como um ex-presidiário. A boa surpresa mesmo vem da parte de Maguire. Seu personagem vai do amoroso para o violento de forma espantosa, e é dele a melhor cena do filme. Já a decepção vai para Portman, sua personagem é pouco interessante e em nenhum momento convence como mãe.
O grande problema do filme é que o trailer entrega toda a trama. Tirando uma cena chave, todas as outras cenas principais estão no filme, o que estragou bastante certas surpresas. Provavelmente quem não assistiu ao trailer vai curtir mais.

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