sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

I CAN DO BAD ALL BY MYSELF


NOTA: 7.
"Você não deveria esperar que as pessoas sejam más com você. Você deve esperar que as pessoas sejam boas." Sandino

Tyler Perry adapta para o cinema uma de suas peças de teatro de mesmo nome, escrevendo e dirigindo este filme que mantém alguns nomes presentes na peça original e acrescentando outros atores para o filme. Acredito que a maior parte das pessoas não deva saber quem seja Tyler Perry, mas ele fez uma carreira no teatro, que também rendeu alguns trabalhos na televisão, interpretando a personagem Madea, uma velha senhora que cospe estereótipos sobre a cultura negra. Ele não é mulher e muito menos velha, mas ainda assim a personagem o permitiu sua incursão no cinema.
Madea acorda no meio da noite pra descobrir três crianças roubando sua casa. As crianças estão com fome e fizeram o ato desesperado. Apesar de dizer as coisas mais assustadoras, Madea as leva para a casa da tia, já que a avó com quem morava está desaparecida há 4 dias. April deixa claro que não quer as crianças com ela. Sua vida nem permite isso, ela está envolvida com um homem casado, bebe e fuma o dia inteiro. E mais importante, está muito ocupada cuidando de si mesmo para se preocupar com crianças.
Claro que o filme vai focar na redenção de April, que deve arrumar a sua vida para cuidar das crianças. Para isso ela conta com a ajuda de Sandino, um faz tudo que a ajuda na sua casa e uma amiga da sua mãe, Wilma, interpretada pela cantora Gladys Knight. Além dela, há outros dois cantores, o padre é interpretado por Marvin L. Winans e a melhor amiga de April é interpretada por Mary J. Blige. Todos entregam atuações seguras e não destoam nem um pouco do resto do elenco. Ainda por cima, Tyler Perry não desperdiça suas vozes, fazendo com que cantem músicas inteiras durante o filme, que são pontos fortíssimos da produção. Em especial Blige, que canta a melhor música do filme que tem o mesmo nome do filme.
Apesar de ser classificado como comédia, o cerne do filme com certeza é drama. As únicas cenas de comédia são as protagonizadas por Madea, incluindo uma em que ela conta a história sobre Jesus andar sobre a água e mistura todos os personagens conhecidos do velho e novo testamento.
O filme poderia cair na mesmice das histórias de redenção que existem em Hollywood, mas há dois bons motivos para isso não acontecer. O primeiro é a atriz Hope Olaidé Wilson, que faz a mais velha das crianças que acaba tendo que tomar conta das outras. Outra é Taraji P. Henson como April. A atriz, que já tinha interpretado a prostitua grávida de Ritmo de um sonho e foi indicada como a mãe de Benjamim Button, faz um papel brilhante. Infelizmente, Perry erra um pouco a mão, e por algumas vezes o filme passa de drama para melodrama, além de entregar um final burocrático. Ainda assim, o talento no meio do filme se sobressai, e é possível que a música de Blige não saia da sua cabeça depois do filme.

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