domingo, 15 de novembro de 2009

O SEQUESTRO DO METRÔ


NOTA: 6.
"A vida é simples agora. Eles só tem que fazer o que eu disser." Ryder

Tony Scott, o diretor do filme, não é conhecido por ser um bom diretor, é sim conhecido por ser capaz de fazer um entretenimento escapista. É isso que esse filme é. Claro que ele tem seus defeitos, mas convenhamos que qualquer filme de Tony Scott é muito melhor que um filme de Michael Bay (Transformers).
Aqui temos a refilmagem de um filme de 1974 e, como manda a lei, foi repaginado para os novos tempos. O resgate pulou de 1 milhão de dólares para 10 (ainda assim, nada absurdo para os dias de hoje e acho que consideraria um resgate justo considerando que o prazo é de apenas uma hora), a negociação não é feita com um policial e sim com um operador, entre outras modificações, mas estou me adiantando.
Vamos lá. Denzel Washington interpreta Walter Garber, um funcionário de alto escalão que por algum motivo foi rebaixado e agora está como operador de uma linha de metrô. Pro seu azar, é justo na área onde está operando que Ryder (John Travolta) decide sequestrar um vagão com os passageiros todos a bordo. Na chegada da polícia, Ryder prefere continuar se comunicando com Garber do que com a polícia. Há algo de identificação entre ele e Garber. Por isso antes ele que um "policial seboso" (Turturro).
No duelo entre os atores, eu fico com Travolta. Nada de errado com Denzel, sempre competente que faz seu papel muito bem. Garber parece ser um cara normal que só quer acertar sua vida. Já Travolta é a ira em pessoa. Ele grita e gesticula, está sempre nervoso e nem ao menos sabemos porquê (pelo menos por boa parte do filme). Além disso, estão otimamente amparados por seus coadjuvantes. Além de Turturro, temos um James Gandolfini (Os Sopranos, e também trabalhou com Scott em Amor à Queima Roupa, com roteiro de Tarantino).
O problema mesmo está no roteiro que não desenvolve seus personagens secundários (na verdade, nem desenvolve suficiente bem os principais). Nem os reféns quanto menos os cúmplices, de forma que não me fez me importar com nenhum deles. Se eles morrem ou vivem, passa a ser secundário para mim, o que cria uma falta de tensão quando escolhem priorizar apenas pelas cenas de ação.
Há também a direção frenética de Scott, que certas vezes faz seus filmes parecerem aqueles desenhos japoneses que causavam ataques epiléticos em quem assistia. Sem contar que está na hora de ele fazer um final mais marcante ao invés desses finais insossos que ele vem usando. Se estiver de muito bom humor, serve como diversão. Com bom humor.

The Taking of Pelham 123. Ano: 2009. Duração: 105 minutos. Com: Denzel Washington, John Travolta, James Gandolfini e John Turturro. Direção: Tony Scott; Roteiro: Brian Helgeland; Música: Harry Gregson-Willians; Fotografia: Tobias A. Schiliessler; Edição: Chris Lebenzon.

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