quinta-feira, 10 de setembro de 2009

INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL


NOTA: 6.
- Para um velho, até que você não luta mal. Tem tipo o quê? 80?” 

Há um hiato de quase 19 anos entre este filme e o anterior da série. E infelizmente esse hiato é percebido na tela. Chego a dizer que o problema começa logo no título. Este novo parece um título de episódio de He-man.
Outro fato que se nota de cara é o envelhecimento do ator. Me lembra muito Sean Connery em A Liga Extraordinária, quando se vê claramente que o ator interpreta um personagem que não condiz com sua idade. Indiana Jones é capaz de proezas ainda mais inacreditáveis do que realizou nos longas anteriores. Podiam ter brincado um pouco mais com isso no filme.
Aqui, Indiana é capturado por Russos (pensei que iam ser deixados em paz com o fim da Guerra Fria) para recuperar um objeto no mesmo galpão superguardado onde foi deixada a Arca da Aliança no primeiro filme. O objeto em questão é a Caveira de Cristal do título.
Mas por que essa caveira é tão importante? Para descobrir Indiana passa pelos mesmos problemas de sempre: é capturado, escapa, é capturado de novo, escapa de novo, e por aí vai.
Dessa vez ele conta com a companhia de Mutt Williams, interpretado por Shia LaBeouf que não convence de forma nenhuma como herói de ação apesar de Spielberg querer empurrá-lo dessa forma. Um garoto irritante e nervoso que não faz que seja surpresa nenhuma ele ser filho do herói (com a personagem Marion, também do primeiro filme).
O que fez com que a série tivesse grande sucesso, era ver Indiana correndo atrás para desvendar grandes segredos da humanidade, aqui é só enfadonho o vir perseguir uma lenda obscura que, para fazer com que tenha um significado maior do que realmente merece, recebe uma explicação pra lá de estapafúrdia.
O filme até segue tentando recuperar a magia dos anteriores, com boas perseguições e cenas de ação, apesar de uma cena ridícula envolvendo formigas gigantes que comem pessoas. Mas não é de se espantar que o final do filme seja um festival efeitos especiais. Spielberg sempre se mostrou um devoto a elas: quase estragou o relançamento de E.T. substituindo o boneco do original por um ser digital; e não só isso, nos próprios Indianas anteriores ele usava em menor escala (hoje, acho que mais por necessidade que por escolha). Aqui ele erra de vez a mão.
Difícil acreditar que toda essa espera para fazer a continuação por não encontrar a “história certa” tenha acabado com o roteiro desse filme. Indiana tenta fazer jus a sua reputação, só podia ter esperado por uma história boa o suficiente para isso. Ás vezes, só carisma não basta.

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