quinta-feira, 12 de março de 2009

WATCHMEN


NOTA: 7.

Watchmen poderia ser um ótimo filme sobre super-heróis se não fosse por um problema: é baseado numa série escrita por Alan Moore e que trata sobre vigilantes que não estão nem perto de serem super. Alguns até mesmo de serem chamados de heróis.

O primeiro erro do diretor, é colocar os vigilantes do filme, como pessoas super preparadas para combater o crime. Até mesmo a mais fraca de todas, Spectral, é capaz de dar uma surra no Batman. E com uma mão amarrada nas costas. O Comediante dá socos que quebram paredes e Ozymandias é praticamente invencível, quer a pessoa tenha uma arma ou não. Bem diferente da fonte original da história.

Outro equívoco, é deixar o filme hiperviolento. Não que os quadrinhos não fossem violentos, mas a maior parte da violência estava subentendida. O diretor ignorou isso e faz o filme de superheróis mais violento que já vi desde então. E pode incluir filmes como “O Justiceiro” na lista. Há um close de um braço sendo partido com fratura exposta onde vemos o osso saindo para fora da pele e o sangue jorrando. Uma cabeça partida com um cutelo espirrando sangue para todos os lados. Sem necessidade.

A nota vai pela escolha do diretor e roteiristas de contar a parte central da história, excluindo pouca coisa que vá fazer falta até para os que não conhecem quadrinhos. Até mesmo nas partes mais sórdidas. O filme também tem um bom ritmo e ganhou mais dois pontos por ter apresentado um final melhor que o original, mas ficou muito aquém do que podia ser.

Uma pena.

sexta-feira, 6 de março de 2009

QUEM QUER SER MILIONÁRIO? – SLUMDOG MILLIONAIRE


NOTA: 9,5.

“Jamal Malik está a uma pergunta de ganhar 20 milhões de Rúpias.
Como ele fez isso?
A) Ele trapaceou.
B) Ele é sortudo.
C) Ele é um gênio.
D) Estava escrito.”

É assim que o filme já prende a atenção logo no primeiro minuto de projeção. Seguido a isso, intercalam-se cenas totalmente contrárias: em uma das sequências, Jamal é aplaudido pela platéia por ser o participante do programa que dá o título do filme em português; contrastando a isso, ele é espancado pela polícia porque o capitão tem certeza que ele está trapaceando. Afinal, se médicos e advogados ganham no máximo 100 mil no programa, como um “favelado” (Slumdog) poderia chegar muito mais longe?

Cada pergunta que é feita para Jamal no programa, corresponde a uma parte de sua vida. Algo que aconteceu desde sua infância até o momento do programa, e assim o filme intercala de forma brilhante, o programa e a vida de do garoto pobre que conseguiu chegar tão longe. Vamos por eliminação.

Ele trapaceou? Ele até faz algumas coisas de moral duvidosa durante o filme, mas sempre para sobreviver e quase todas por influência do irmão mais velho. É difícil desde o início duvidar da integridade de Jamal.

Sortudo? Quando era bem criança ainda, ele testemunha a morte da mãe de forma estúpida. Obrigado a se virar do jeito que pode, chega a viver no meio do lixo e trabalhando em subempregos desde sempre. E Latika, seu grande amor, é sempre separado dele por forças que vão além de sua compreenssão. Na última vez que ela some, ele, desesperado, se inscreve no programa para que ela posse encontrá-lo. Ele não me parece ter muita sorte...

Gênio? Jamal teve educação por um curto período de sua vida, e nem chegou a aprender o nome do terceiro mosqueteiro, livro que começou a estudar na escola. Chega a ser surpreendente que ele saiba ler. Ele é bem esperto, visto que está sempre se virando, mas gênio?

Talvez ele esteja a uma pergunta porque realmente é seu destino. Porque estava escrito. Talvez ele mereça por tudo que passou em sua vida. Ou talvez porque era hora de Danny Boyle ganhar (merecidamente) seu Oscar por voltar ao estilo que o revelou em filmes como Cova Rasa e Trainspotting. Com uma edição muito ágil e pra lá de emocionante, ele nos faz esquecer que suas origens não são de filmes como Extermínio ou Sunshine (que fique claro que não são ruins). Eu gostei muito de Benjamim Button, e ainda que a academia tenha errado em ignorar O Cavaleiro das trevas, acertou em cheio em premiar essa obra prima brilhante em sua simplicidade. Qual a minha resposta final?

D) Estava escrito.
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